"O Amor de Deus em nós é o lenitivo mais eficaz contra as solicitudes da alma" |
É na busca pela realização dos nossos interesses individuais egoístas que se dissolve em nós a solicitude pela vida. Quando algo que muito desejamos, não nos é concedido, um grande sentimento de frustração toma conta do nosso ser, tornando a vida dura, amarga e insuportável; porém, quando nos é concedido tudo o que queremos, com o tempo é percebido que tais conquistas não preenchem o vazio dentro de nós. Todo esse mal é gerado porque, andamos na contra mão do projeto ideal de Deus para nossa vida.
Um dos males que afetam a humanidade, a ponto de ser considerado a doença do século, é a depressão. Muitos não conseguem encontrar um sentido para vida, desanimados e desmotivados seguem seu caminho rumo ao abismo, encurvados sob o peso desse terrível fardo. E quando não encontram razão para viver, pensando que já experimentaram tudo e que, para os mesmos não existe mais nenhuma outra saída, então atentam contra a própria vida. Deus olha para essas pessoas com grande ternura. Não é sem dor que Ele contempla a situação; anseia, no entanto, através dos seus servos ministrar-lhes a dor. Se dedicarmos parte do nosso tempo em aliviarmos os fardos dos que se encontram débeis na dura jornada dessa vida, quais serão os resultados que colheremos para nós mesmos?
“O intelecto cultivado é grande tesouro; sem, porém, a suavizante influência da compaixão e do amor santificado, não é ele de grande valor. Devemos ter palavras e atos de terna consideração para com os outros. Podemos manifestar mil e uma pequenas atenções em palavras amigas, e olhares aprazíveis, que voltarão de novo para nós, Cristãos irrefletidos, por sua negligência para com outros, manifestam não estar em união com Cristo. É impossível estar unido a Cristo e todavia ser desamorável para com outros, e esquecido de seus direitos. Muitos há que anseiam intensamente por amorosa compaixão.
Deus deu a cada um de nós uma identidade particular, nossa própria, que não se pode dissolver na de outro; mas nossas características individuais serão muito menos preeminentes se na verdade pertencemos a Cristo e Sua vontade for a nossa. Nossa vida deve ser consagrada ao bem e à felicidade dos outros, como foi a de nosso Salvador. Devemos esquecer-nos a nós mesmos, sempre à espreita de oportunidades - mesmo em coisas pequeninas - para mostrar gratidão pelos favores recebidos de outros, e estar atentos para observar oportunidades para animar outros, confortando-os em suas tristezas e aliviando-lhes as cargas por mostras de terna bondade e pequenos atos de amor. Essas atenciosas cortesias que, iniciando-se em nossa família, estendem-se até fora do círculo familiar, ajudam a tornar a soma da vida feliz; e a negligência desses pequeninos atos perfaz a soma das tristezas e amarguras da vida” . Testimonies, vol. 3, págs. 539 e 540.
Lembro-me de ter visto em um documentário do fantástico que, o nosso cérebro produz maior sensação de prazer quando damos presentes a alguém do que quando recebemos. Isso porque fomos projetados por Deus, para andar fazendo bem. Entretanto, não é esse o interesse da maioria das pessoas. E quando a satisfação dos desejos individuais são colocados acima do bem estar dos que fazem parte da nossa esfera de relacionamento o resultado é mãe de todas as dores – a Alienação. Ela compromete toda harmonia da vida, tira a paz, produz desassossego, faz morrer a esperança, nos torna pessoas frias e indiferentes e, levando em consideração a lei da causa para o efeito, tudo o que plantamos nós colhemos. Se plantarmos tristeza para outros, essa será a colheita da nossa vida. Dizer que, não fazer o bem; porém, evitar o mal é estar contribuindo em algo especial para a sociedade é iludir a nós mesmos; pois, isso não anula o fato de que outras pessoas são negligenciadas no apce da sua necessidade e a responsabilidade continua pesando sobre os que se negam a fazer alguma coisa pelo bem dos necessitados.
As palavras de Cristo são uma advertência a todos.
“Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda".
"Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes. ... Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim”. Mateus 25 : 31-33 e 41-45.