Para muitas pessoas, é difícil acreditar em histórias, como a criação de Adão e Eva, o dilúvio, a travessia do povo de Israel pelo mar vermelho, o profeta que foi engolido por um grande peixe e entre outras. Essas e muitas outras histórias da Bíblia são alvos de constantes questionamentos por parte de quem acredita, ser esses fatos, um apelo a mentes incultas.
Acreditar nestes relatos, na realidade exige fé. De acordo com as escrituras sagradas, “Fé é o firme fundamento de coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêm”. Heb. 11:1. Para Tomé, que precisava de uma prova de que seu Mestre havia de fato ressuscitado Jesus disse: “Bem aventurados os que não viram e creram”. Jo. 20:29. Se bem que os testemunhos dos discípulos fossem evidências suficientes para que Tomé cresse, acreditar que Jesus ressurgiu dos mortos exigia fé independente de provas. “Se todos exigissem a mesma prova, ninguém hoje receberia a Jesus, nem creria em Sua ressurreição. Mas foi a vontade de Deus que a notícia dos discípulos fosse recebida por aqueles mesmos que não podiam ver e ouvir o Salvador ressuscitado”. História da Redenção pág. 236; ou seja, creriam pela fé e não pelo apelo lógico à razão.
Muitos que foram testemunhas oculares dos milagres de Jesus, embora convencidos de que Ele era o Messias tão aguardado e anunciado pelos profetas do antigo testamento, não depositaram a fé nEle; e eram pessoas que tinham conhecimento das escrituras. O Conhecimento com a fé é válido; porém, a fé é única que não pode se ausentar. O conhecimento sem fé de nada tem proveito, mas a fé, mesmo sem o conhecimento, opera pelo amor e purifica a alma.
Conheci muitas pessoas que tinham limitações de compreensão sobre determinados assuntos da Bíblia e, no entanto, aceitavam a verdade tal qual ela era simplesmente por fé.
Muitos que questionam as histórias da Bíblia por não encontrarem nelas provas de que as mesmas aconteceram, acreditam também, em outras idéias que não são cientificamente comprovadas. Como por exemplo, cristais, horóscopo, gnomos, imagens de esculturas, extras terrestres, e muitos outros. Tudo isso também é fé.
Outro exemplo, que envolve acreditar em conceitos não comprovados cientificamente, é a teoria da evolução das espécies. Nunca houve qualquer prova científica que garante que tal teoria seja verdadeira, mas existe quem defende com unhas e dentes a idéia. Acreditar em tal teoria exige muito mais fé do que acreditar na criação; pois para a ultima existem evidências para sustenta-la. O criacionismo só não deixou de ser ainda uma teoria, por causa do orgulho e presunção de muitos cientistas, mas já existem movimentos que, por meio de fatos cientificamente comprovados, defendem a idéia da existência de um criador absoluto por trás de toda forma de existência.
Embora o cristão não necessita de provas e sim da fé, como fundamento do que acredita, as evidências existem sim, e falam por si mesmas. Uma das que quero tratar nesse artigo é a veracidade do dilúvio. Não vou abordar sobre as expedições que foram enviadas ao Monte Ararat, as quais conseguiram entrar na arca e realizar a mensuração do complexo. Vou abordar algo ainda mais interessante e que está relacionado com a nossa estrutura genética. Afinal, pode ter alguma relação entre o dilúvio e a genética humana?
Há mais ou menos 5 anos, assisti um documentário na TV cultura que falava sobre o super vulcão YellowStone nos EUA. No documentário foi apresentada uma pesquisa feita sobre uma organela da nossa célula, chamada mitocôndria. De acordo com os cientistas que realizaram a pesquisa, o DNA mitocondrial, em 6477 bilhões de habitantes na terra, é muito semelhante. Levantou-se uma dúvida sobre o que poderia ter causado essa similaridade. Como o documentário abordava questões geológicas sobre os supervulcões existentes no mundo, apresentar a pesquisa sobre a genética mitocondrial foi interessante porque os cientistas chegaram a conclusão de que houve um evento catastrófico, em algum momento da história desse mundo, que dizimou um grande número da população mundial, resultando assim na diminuição da variedade do DNA da mitocôndria. Daí então os cientistas atribuírem esse fenômeno a uma suposta erupção vulcânica ocorrida na Grécia.
Tenho uma outra perspectiva desse fenômeno. Os cientistas acertaram na causa, mas erraram o evento, o período e o número de sobreviventes. Toda a humanidade, homens e mulheres, são possuidores da organela mitocôndria; no entanto, essa é uma herança de mães para filhos. Embora os homens também tenham, ela não é uma herança paternal. O afunilamento da humanidade ocasionada por um evento destrutivo resultou em uma diminuição drástica no número de mulheres sobreviventes ao evento. Com um número reduzido de mulheres diminuiu-se, também, a variedade do DNA mitocondrial passado para os seus filhos. Com a erupção do super vulcão na Grécia, existiriam, ainda, 5 milhões de sobreviventes, entre os quais, um número menor de mulheres. Ainda assim, haveria uma grande variedade no DNA mitocondrial; ou seja, o funil é ainda mais estreito, o evento é de proporções maiores e o número de sobrevivente é ainda menor. Aplicando essa descoberta à ocorrência do dilúvio, o número de sobreviventes cai para apenas oito – a família de Noé - entre os quais encontram-se 4 mulheres. A similaridade do DNA mitocondrial da humanidade, se deve ao fato de que apenas três mulheres sobreviventes ao dilúvio tiveram filhos. Quanto ao período, percebe-se, pela estrutura do DNA, que a redução da humanidade não é um fato de muitos milhões de anos. Na realidade, esse estrangulamento se mostra ser um fato muito mais recente do que uma provável erupção do supervulcão grego, provando que nós somos muito mais novos do que a ciência até então tinha previsto. A ocorrência do dilúvio se deu há mais ou menos 5 mil anos e percebe-se esse fato por meio da estrutura mitocondrial, apontando para um recente estrangulamento da população mundial resultando na similaridade do seu DNA.
Pois bem, como já foi abordado nesse artigo, não necessitamos de provas de qualquer espécie para acreditarmos nas histórias da Bíblia, pois a “fé é a certeza de coisas que se esperam e a convicção das que não se podem ver”. No entanto elas existem e falam por si mesmas. Ter o conhecimento delas, no entanto, não é, necessariamente, o que vai fazer alguém mudar de idéia quanto ao que acreditamos. A fé vem pelo ouvir e o ouvir da palavra de Deus. Mas é preciso decidir pelo sim ou pelo não. Acreditar ou discordar é um direito de todos. A lei do livre arbítrio é tão sagrada quanto o próprio Deus; pois, Ele deseja de todos um serviço voluntário de amor, que brote de uma apreciação do Seu caráter.