“Isto é o que oferecerás sobre o altar: dois cordeiros de um ano, cada dia, continuamente. Um cordeiro... pela manhã e o outro, ao por do sol”. Ex 29:28, 39.
Deus havia determinado como seria o Santuário. Todo aparelhamento que formaria a estrutura do prédio; todos os móveis e utensílios usados nos cerimoniais, as vestes dos Sacerdotes e do Sumo-Sacerdote, exatamente tudo fora feito por instrução divina, inclusive, todo cerimonial realizado no santuário não procederia de idéias humanas.
Nada que Deus faz é sem um objetivo, sem uma causa. A estrutura do Santuário bem como todo o cerimonial realizado nele seria uma alegoria a ensinar lições constantes do Plano da Redenção. O sacrifício diário de animais conduziria o povo em todos os tempos a meditar no centro e base fundamental do Plano de redimir o homem da miséria que ele mesmo trouxera sobre si. Jesus Cristo, o CORDEIRO de Deus que tira o pecado do mundo era prefigurado na morte de cordeiros sacrificados diariamente no altar de holocausto. Através dessa cerimônia seriamos sempre conduzidos na adoração a Deus, em reconhecimento dos nossos pecados e gratidão por ter Deus provido um plano, por meio do qual nós, humanos, podemos obter perdão.
Quando Cristo verteu seu sangue na Cruz, o véu do templo, que separava o lugar santo do santíssimo rasgou-se de cima para baixo, a presença de Jeová, o Shekinah, que poderia consumir o pecador que estivesse no templo, não mais se encontrava sobre o propiciatório. Essa manifestação sobrenatural de mãos invisíveis rasgando o véu do templo, era uma revelação de que não mais seria necessária a realização dos rituais, pois o Cordeiro de Deus, prefigurado em tais cerimônias, era o cumprimento de todas essas coisas.
O sacrifício diário era para o povo uma lembrança contínua da promessa de Deus quanto à vinda de Cristo para salvar o que havia se extraviado. Não somente isso, mas deveria ensinar ao povo “Sua constante necessidade de Deus e a Dependência dEle para perdão e aceitação”. Eram lições para os que viveram no tempo em que esses rituais eram realizados e é para nós mesmos nos nossos dias, visto que existem lições infinitas ensinadas por meio das obras feitas no santuário, e que as mesmas apontam para o ministério de Cristo no Santuário Celestial.
“Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção”. Hebreus 9: 12 e 24.
A introdução do pecado por meio do arquienganador surgiu pelo desejo de exaltação própria, por cobiçar a honra e glória devidas unicamente a Deus. O que estava envolvido nas pretensões de Satanás, era o desejo de ser adorado, o que era uma prerrogativa divina. Era a criatura querendo ser adorado sendo que somente o criador deveria receber essa honra. Ao tentar o homem, o inimigo conseguiu fazer com que o mesmo desviasse o seu foco de adoração. Portanto, o plano da redenção, prefigurado nas vestes e no ofício dos Sacerdotes e Sumo-Sacerdotes, na estrutura e nas obras realizadas no Santuário, tinha como objetivo a revelação do caráter de Deus. Que tudo quanto seria feito no santuário terrestre, era um símbolo de todo ministério de Jesus em prol de reivindica r o sistema de governo divino e restaurar o caráter humano para que todos no universo não tivessem dúvidas de que deve ser Ele, Deus, o alvo de toda adoração. De acordo com o Livro Patriarcas e Profetas, existem quatro motivos pelo qual Deus colocou em prática o plano da redenção. E todo adorador do verdadeiro Deus, deve tê-los em mente continuamente.
1 . REVELAR O CARÁRTER DE DEUS
“Através do plano da redenção, cujo centro é o sacrifício de Jesus, o governo de Deus fica justificado”. O Desejado de Todas as Nações.
O inimigo até os dias de hoje utiliza-se da mesma artimanha usada no céu. O argumento não mudou em todos os séculos. Seus argumentos é que Deus seja tirano, opressor, ditador e arbitrário. Através do Plano da Redenção, mediante a morte ignominiosa de Seu amado Filho, Jeová revelaria a todos no universo o engano do arquienganador.
Poderia um ser tirano dar a vida por pessoas tão desvalidas como nós? Poderia esse amor infinito existir em um Ser que requer de Suas criaturas um serviço parcial, sem direito de escolhas? – O Sacrifício de Jesus é o ápice da revelação desse amor. Não forçaria de forma alguma a obediência da humanidade, mas colocaria em ação o plano por meio do qual Seu amor impressionaria a mente, mesmo da pessoa mais vil, dando a ela provas do amor divino. A regra continua sendo a mesma. A obediência deve partir de uma reflexão de todo amor de Deus sendo o resultado de um coração voluntário.
Ao aceitarmos a revelação desse amor em nossas vidas, nos comprometendo a viver em obediência aos Seus estatutos, pela fé no sacrifício de Cristo, nos é imputada a Sua Justiça. A alegação de Satanás, de que é impossível para nós seres humanos guardarmos a Lei, é deitada por terra, e mediante nosso testemunho o nome de Deus é exaltado.
2 . REDIMIR O HOMEM
Um dos argumentos de Satanás, contra Deus, é que, uma vez que o homem pecou, seria impossível que o mesmo pudesse se harmonizar com sistema de governo de Deus. O que o inimigo não contava, pois ninguém sabia, somente Deus, é que havia um plano por meio do qual o homem seria reconciliado com Senhor. Conquanto fosse verdade que, unicamente pela sua única força, o homem caído não conseguiria colocar-se em obediência aos mandamentos, Deus concederia, a todo pecador arrependido, poder para vencer a sua disposição natural para o mal. Isso só seria possível mediante o sacrifício de Jesus.
“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Fil. 3: 13 e 14.
As palavras de Paulo relaciona-se com o aperfeiçoamento do caráter humano. Mediante a fé em Jesus, Deus reformaria aquilo que por séculos vem sido degradado pelo pecado – A Imagem e Semelhança de Deus em nós.
3. REIVINDICAR E RESTAURAR A TERRA.
Deus sempre foi O Dono de todas as coisas. Foi Ele quem criou, portanto tudo é dEle. Quando fez o homem, dera o jardim do Éden para que o mesmo cultivasse. Conquanto fosse de Deus, o homem poderia desfrutar de tudo quanto Deus criara para seu deleite. Os filhos de Adão deveriam governar sobre a terra, sobre todos os animais e toda a natureza, mesmo sendo tudo isso pertencente a Jeová. Com a introdução do pecado pela escolha do homem, o cedro de governante, passou a ser usurpado pelo inimigo de Deus. O próprio Jesus Disse “porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim”. João 14:30. Deus continua sendo O Dono; porém, o nosso direito de governar foi passado, por nós mesmos, à Satanás. Mais uma vez se vê revelado o amor do Pai Eterno; pois que, pelo sacrifício de Jesus, a terra foi reivindicada. E quando Cristo restaurar a terra para habitação dos seus remidos, eis que aqui será o centro do universo, o trono de Jeová e governaremos com Ele. O Seu povo habitará com Ele e Ele com o Seu povo. Não haverá mais pranto e nem dor e todos os mundos do universo virão a esse mundo onde Cristo foi Sacrificado, para adorar o Criador.
“Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão”. Isaías 65:17.
4 . DESTRUIR PECADO E PECADOR
Nesse ultimo verifica-se que não existe um tormento eterno onde pessoas que viveram uma vida impenitente são levadas para sofrer eternamente. No final dos tempos, que está muito próximo, Deus realizará uma obra estranha. Todos os que se recusaram a converter-se para Deus, terão uma ultima prova do Seu amor. Quando Ele descer do Céu, com a cidade santa e todos os remidos com Ele dentro dela, e firma-la sobre a terra, os ímpios de todos os tempos serão ressuscitados. Em seu estado de impiedade se reunirão para adentrar os portões da Nova Jerusalém, para toma-la a força. Quando estiverem próximos aos muros da cidade, Jesus mostrará para eles tudo quanto foi feito para a sua salvação. Não haverá escusas para a sua impenitência. Haviam rejeitado o amor manifestado na pessoa de Cristo escolhendo uma vida de erros e maldades. Convencidos do amor e do poder de Deus, todos, um a um se ajoelharão e adorarão a Jeová dizendo “Bendito é o que vem em nome do Senhor”; porém, pelo seu coração contaminado, reconhecerão que não estão aptos a viver na presença do Criador. Seria para os mesmos um tormento. Nesse instante fogo descerá dos Céus da parte de Deus consumindo-os, deixando de existir para sempre.
“Porque o Senhor se levantará como no monte Perazim, e se irará, como no vale de Gibeão, para fazer a sua obra, a sua estranha obra, e para executar o seu ato, o seu estranho ato”. Isaías 28:21. “E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou”. Apocalipse 20:9.
Adoramos a Deus não pelo que Ele faz; mas pelo que Ele é. Deus altíssimo, Senhor dos Exércitos, Rei dos reis e Príncipe da paz. Deus é o criador de todas as coisas. Tudo foi criado por Ele e para Ele; e nós, Seus servos, pertencemos a Ele tanto pela criação quanto pela redenção. Independente de qual seja a nossa situação, se boa ou ruim, honra e glória sejam dedicadas a Ele, pois Ele é Deus. Mesmo porque, nada do que aqui passarmos se compara a glória que nos foi proposta no futuro vindouro. Sejamos todos gratos a Deus pelo Seu amor. Quanto a adoração, seja ela dedicada ao Senhor porque Ele é Deus. Pois mesmo os ímpios, no dia de sua destruição, O Adorarão.