terça-feira, 19 de julho de 2011

Alegria diante do Senhor

Sempre nos reunimos na igreja ou em nossos eventos dizendo que tudo quanto for feito em tais reuniões será objeto de adoração ao Senhor. Os hinos que serão tocados, as palavras que serão dirigidas, as orações. E embora reconheçamos que o momento de adoração a Deus não se resume apenas nos encontros da congregação em suas reuniões, mas se expande para todo ato de um individuo, percebe-se o quão longe dessa realidade muitos estão. Aquilo que é pregado na teoria não se vê pela prática. A profissão de fé ganha eloqüência quando ela é percebida em nossas ações. O amor a Deus se verá em nós pelo cultivo diário através de um relacionamento contínuo com Deus; Deus desenvolverá em nós o amor abnegado que nos moverá a ações de graças e louvor praticados em todas as decisões diárias. Exercer a oração, o estudo da Bíblia e da literatura de nossa igreja, cantar e pregar, e todas as atividades cristãs, como um ritual destituído de profundo interesse, resultarão em abandono da fé. Deus não quer de nós a formalidade de nossas ações, mas amor. Ele deseja que nossa adoração seja o resultado de uma fé que opera pelo amor e purifica a alma.
Embora a salvação seja pela graça mediante a fé, e não pelas obras para que ninguém se glorie; a fé, no entanto, resulta em obras que revelarão o alvo de nossa adoração.
Uma das muitas histórias que podem ser utilizadas como referência de como a Adoração a Deus vem de cada individuo e resulta em uma adoração coletiva perfeita quando estão reunidos em uma congregação, é a história da construção do tabernáculo. A construção do edifício não aconteceria miraculosamente, também não seriam utilizados recursos provenientes do comercio; mas o povo, mobilizado por um espírito voluntário realizaria as suas doações e participariam de forma ativa na construção do prédio. E isso para o desenvolvimento da fé, visto que a mesma resulta em obras através das quais damos testemunho do verdadeiro Deus que adoramos.
Não era simplesmente um edifício; mas seria a habitação do próprio Deus. Isso me faz lembrar o conceito de imanência e transcendência divinas.  Em Isaías 57:15 está escrito: “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos”.  O conceito de Transcendência de Deus, é que Ele seja alto, distante, sublime, inalcançável, grandioso, poderoso. E o conceito de Imanência de Deus, é que Ele seja próximo, Deus conosco, amigo, Aquele que HABITA com o contrito e abatido de coração. Conquanto Deus seja poderoso, grandioso, inalcançável, Ele é também um Deus particular, íntimo, pessoal, alguém tocável. O anuncio do nascimento de Jesus veio com o Seu respectivo nome, Emanuel – Deus conosco.
Deus concedera ao povo de Israel, habitar no meio deles. O Deus todo poderoso, infinito em poder e que habita no Alto e Sublime lugar, estaria também, em uma habitação feita por mãos humanas. Esse era um privilégio que requeria dos mesmos um reconhecimento a altura. Deus fez criaturas inteligentes para que mediante a reflexão do Seu amor, prestassem a Ele um serviço voluntário, de gratidão, que resultasse numa adoração de livre e espontânea vontade; todavia, o reconhecimento desse amor deveria superar infinitamente qualquer ritual meramente formal. E percebe – se, na realização das doações para a construção do santuário, que cada individuo na congregação estava mobilizado por uma adoração pura, pois que todos deram livremente e de coração as suas ofertas, até chegar a ponto de Moisés dizer: “Basta, já temos o suficiente para a construção do Tabernáculo”. Com certeza, o povo teria dado ainda muito mais, pois o mesmo permitia a atuação maravilhosa e enriquecedora do Espírito de Deus. Correspondiam perfeitamente à Lei da causa para o efeito em benesses; ou seja, a fé que opera pelo amor e purifica a alma – ADORAÇÃO. 
Todo aquele que permite o amor de Deus inundar o seu ser, praticará a beneficência social, e essa ação é uma vida contínua de adoração a Jeová. E não importa quem somos ou o que temos, se for dedicado à honra de Deus. A fé que opera pelo amor alcançará proporções que a nossa percepção é incapaz de mensurar. Como é, por exemplo, o caso da pobre viúva, que entrou no templo, para dar as suas duas únicas moedas. Cristo, ao louvá-la, disse que ela havia dado muito mais do que todos os que ali estavam. Como isso é possível?
A lógica humana não explica como a doação dela havia sido mais rica do que as dos fariseus; que eram visivelmente muito maiores do que a da pobre viúva; no entanto, Cristo disse que era a mais rica de todos. No livro O Desejado de Todas as Nações, Ellen White escreveu que a doação da pobre viúva era comparada a um rio, cuja nascente é estreita, mas ao longo do seu percurso enlarguesse e se aprofunda, pois uma multidão, ao longo dos séculos, foi influenciada pelo Santo Espírito de Deus, a doarem-se no ministério de levar almas aos pés de Cristo. As doações dessas pessoas foram somadas a doação da pobre viúva tornando-a uma fonte rica de recursos para o sustento do evangelho nos quatro cantos da terra.
Pensei, em como vai ser o encontro da pobre viúva com Jesus lá no Céu.  Quando ela observar a sua coroa, rica em estrelas, nas mãos de Jesus; entendendo que cada estrela representa uma pessoa que se converteu através dela, vai perguntar – Quando foi Senhor que eu preguei para essas pessoas?  - E Cristo vai responder à ela qual foi a proporção do testemunho, aparentemente tão pequeno que ela deu – No livro Atos dos Apóstolos, eu li que Jesus vai mostrar à ela, como a obra foi sustentada durante todos os séculos, até a volta dEle para buscar o Seu povo, pela influência do testemunho dela.
Adorar a Deus é muito mais do que nós possamos entender. Existe uma rica e infinita informação sobre esse assunto. Entre elas, é o fato de pela nossa adoração o mundo vê O Invisível. Ainda que a pessoa venha a falecer, seu testemunho de adoração a Deus continua exercendo o seu amplo efeito dominó. E quando estivermos no lar celestial, Deus nos mostrará a influência das nossas atitudes que, antes, não estavam patentes aos nossos olhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário