sábado, 29 de outubro de 2011

A Profecia das quatro grandes monarquias


Antes de me tornar Adventista do Sétimo Dia, sempre duvidei do conteúdo da Escritura Sagrada por ter sido ela escrita por homens tão falhos quanto qualquer outro; porém, depois de me aplicar ao conhecimento, principalmente das profecias, cheguei a conclusão que, jamais o seu conteúdo poderia partir das imaginações da mente humana. Não existe nenhuma contradição em todas as informações contidas nela. O que existe, sempre, são interpretações equivocadas.
Eu defendo a idéia de que para acreditar na Bíblia é preciso fé independente das provas; até porque, principalmente em nossos dias, existem muitas evidências que comprovam as escrituras sagradas e, no entanto, muitos não acreditam. As profecias, por exemplo, tem a sua comprovação em fatos que ocorreram na história e que foram previstos muitos anos antes de acontecerem. A própria história possui as digitais de Deus, basta pesquisar os eventos que tomaram lugar no tempo, e compará-las com o que foi revelado. Com o objetivo de dispor o conhecimento desse assunto, abordarei nesse artigo, uma profecia dada, por parte de Deus a Daniel, através de um sonho curioso do Rei Nabucodonosor.

Há muitos anos, quando o povo de Israel havia se apostatado dos caminhos de Jeová, o profeta Jeremias recebera de Deus a revelação de que os judeus seriam levados cativos, como escravos, pelo reino Babilônico. No tempo do cumprimento da profecia, Daniel havia sido levado juntamente com o povo de Israel. Quando Nabucodonosor, rei da Babilônia, estava no segundo ano do seu reinado, teve um sonho que o deixou de cabelo em pé. De acordo com o que está escrito no livro de Daniel 2: 1-13, uma grande comoção tivera o seu lugar com o decreto de morte de todos os sábios do reino Babilônico, pois o rei havia esquecido o sonho e exigia que os mesmos dissessem com o que ele havia sonhado e dessem a sua interpretação. Dizia o rei: ”Tive um sonho e para sabê-lo está perturbado o meu espírito... Esta minha palavra é irrevogável se não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo; mas se vós me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas, recompensas e grande honra. Portanto declarai-me o sonho e a sua interpretação”. Daniel 2: 3, 5 e 6. O pedido do rei caiu como uma bomba aos ouvidos dos súditos, afinal quem poderia adivinhar qual o sonho que o rei tivera e dar a interpretação do mesmo?

Tudo conta com a providência divina. Conquanto o povo de Israel estava na Babilônia vivendo como escravos por causa da sua apostasia, Deus não os havia abandonado. Esse era o meio pelo qual Deus abençoaria o Seu povo, concederia uma grande oportunidade a Daniel e através do Sonho, que o próprio Deus tinha dado a Nabucodonosor, revelaria os acontecimentos históricos que discorreriam pelos séculos até os dias de hoje.

Quando o decreto de morte saiu, entre os sábios do reino encontrava-se o próprio Daniel; ou seja, Daniel também deveria morrer. No ato da execução dos sábios, Daniel se coloca a disposição do rei para revelar o sonho e a sua interpretação. Veja Daniel 2:14 – “Então Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de Babilônia; ... Porque é o decreto do rei tão urgente? Então Arioque explicou o caso a Daniel. Ao que se apresentou ao rei e pediu que lhe designasse o prazo, para que desse ao rei a interpretação”. Daniel 2:13-16.

A revelação do Sonho e a sua interpretação


Nas profecias da Bíblia, 90% do seu conteúdo não se entende de maneira literal, mas sim através de simbologias. O próprio Jesus Cristo aplicou Seus ensinos por meio de parábolas; pois, era a Sua didática que o povo pudesse compreender tais ensinos através de elementos que faziam parte do seu contexto de vida. O livro de Daniel, além de histórico é também profético, com uma grande quantidade do seu conteúdo sendo simbólico e não literal. Após orar, juntamente com os seus três amigos, Daniel recebeu da parte de Deus a revelação do sonho que o rei tivera (Daniel 2:17-19). O sonho era na realidade uma alegoria através da qual Jeová revelaria os eventos futuros desde o império Babilônico até a volta de Cristo Jesus.

Ø     A Descrição da Estátua:

No discorrer dos versículos 31 ao 35 de Daniel 2, o profeta descreve uma enorme estátua e de aparência terrível:
 “Tu ó rei, na visão olhaste e eis uma grande estátua. Esta estátua, imensa e de excelente esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível. A cabeça era de ouro fino; o peito e os braços de prata; o ventre e as coxas de bronze; as pernas de ferro; e os pés em parte de ferro e em parte de barro”. Daniel 2:31-35.
Ao lermos tal relato sem a devida atenção e sem um estudo aprofundado, vamos pensar que o sonho do rei Nabucodonosor não tem grande valor, afinal de contas é apenas uma enorme estátua e de aparência terrível. Para o rei que estava ouvindo a descrição de Daniel quanto o sonho que ele mesmo tivera, houve com certeza grande perplexidade por parte do Monarca; tanto que o próprio rei reconheceu na vida de Daniel a presença de um Ser absoluto e onisciente. Que é capaz de perscrutar a mente humana; porém, nos dias de hoje, se nós contássemos apenas com a descrição da estátua, não haveria informações suficiente para montarmos um quebra cabeças e chagarmos a conclusão da existência de eventos ocorridos ao longo da história desse mundo. A interpretação dada por Deus a Daniel, é que nos garante a sua veracidade, pois a simbologia apresentada por meio dessa estátua, descreve acontecimentos que já tiveram o seu lugar na história universal, desde o império Babilônico até os dias atuais. Esses acontecimentos, os quais ocorreram com pontualidade, nos dão a certeza de que os eventos futuros, declarados pelas profecias de Daniel e Apocalipse, terão seu cumprimento também.

Ø     A interpretação do Sonho


“Este é o sonho; agora diremos ao rei a sua interpretação. Tu ó rei, és rei de reis, a quem o Deus do Céu tem dado o reino, o poder, a força e a glória;... tu és a cabeça de ouro”. Daniel 2:38. Em todas as histórias sucessivas, não houve reino tão forte, glorioso e esplendoroso como o reino Babilônico, daí então ele ser representado pelo ouro. O fato desse reino ser a cabeça é porque a interpretação deveria corresponder à ordem cronológica com que os reinos teriam o seu espaço na história universal. Sendo a Babilônia o primeiro reino da profecia, a mesma, tanto por causa do seu poder quanto pela ordem cronológica deveria ser a cabeça. Seguindo essa ordem, os próximos reinos seriam representados pelo Peito de Prata, Quadril e Coxas de Bronze e as Pernas de Ferro... cada uma dessas divisões correspondendo a um reino específico.

“Depois disso se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra”. Daniel 2:38. O segundo reino, Média-Persia, era de fato, como está escrito no versículo, o reino inferior à Babilônia e era representado pelo peito de prata da estátua. Exatamente, como a prata é inferior ao ouro, o reino que sucederia a Babilônia deveria ser de natureza inferior. Os Medos-Persas correspondem a essa característica da profecia. O terceiro reino que viria sucessivamente aos Medos-Persas é a Grécia, simbolizada pelo quadril e coxas de bronze da estátua. E Seguindo a ordem dos fatos, o quarto reino, sucessivo à Grécia, é Roma o qual é simbolizado pelas pernas de ferro da estátua. O ferro foi dado como a característica de Roma, porque assim como o ferro a tudo esmiúça, assim também seria com esse reino, o qual com grande poder esmiuçou a muitos que encontrava pela sua frente a fim de expandir o seu reino: “E haverá um quarto reino, forte como o ferro, porquanto esmiúça e quebra tudo; como o ferro quebra todas as coisas, assim ele quebrantará e esmiuçará". Daniel 2: 40.

Outra simbologia presente nesse sonho do rei Nabucodonosor é os pés da estátua serem em parte de ferro e em parte de barro. Essa ilustração representa o enfraquecimento do poder romano, o qual seria marcado pela sua divisão em 10 reinos que hoje constituem os países da Europa. Esses eram os Ostrogodos, Visigodos, Francos, Vândalos, Suevos, Alamanos, Anglo-Saxões, Hérulos, Lombardos e Burgundios. A mistura do barro com o ferro simboliza o enfraquecimento do poder romano e os dedos da estátua representam as suas dez divisões.

Desde o início desse artigo foi dito que os eventos ocorridos ao longo da história comprovam a veracidade das profecias, especificamente em relação à profecia dada através do sonho do rei Nabucodonosor, e ao mesmo tempo nos garantem os acontecimentos futuros. Mas quais são esses acontecimentos futuros?

Um dos fatos ocorridos no sonho do rei é uma pedra sendo cortada sem auxílio de mãos e lançada aos pés da estátua esmiuçando-a por inteira (Daniel 2:34 e 35). Esse evento Daniel atribuiu à volta de Jesus Cristo e o estabelecimento do Seu reino eterno. Como a estátua por inteira, com as suas divisões representam os reinos desse mundo, a sua destruição por meio da pedra lançada aos seus pés, mostra que os reinos anteriores ao de Jesus Cristo são temporais. Têm os seus dias contados; porém, o reino de Cristo prevalece sobre todos.
“Mas nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; nem passará a soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará todos esses reinos, e subsistirá para sempre. Porquanto viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro, o grande Deus faz saber ao rei o que há de suceder no futuro. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação”. Daniel 2:44 e 45.

Não existe forma de contestar. Cada descrição e cada ponto e virgula da interpretação desse sonho se comprova por meio dos eventos ocorridos na história. Isso não me aterroriza diante de tantas coisas ruins que estão acontecendo e que vão acontecer. Enquanto muitos têm esperança que o mundo melhore, o que as profecias nos revela é que, até a volta de Cristo toda forma de males vai aumentar com assustadora freqüência; porém, a minha esperança está em Cristo. Pois a Sua promessa revela o amor que Ele tem pela humanidade. Sua palavra de advertência a um mundo rebelde é uma carta de amor convidando o pecador ao arrependimento, e colocando a disposição do pecador arrependido a oportunidade de se preparar para um mundo melhor. Não é esse mundo melhor preparado por mãos humanas como muitos esperam, mas sim pelas mãos divinas.

“Não se turbe o vosso coração; crede em Deus crede também em mim. Na casa de meu Pai tem muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou prepara-los lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”. João 14: 1 – 3.





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