“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o Seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis”. Romanos 1:20.
Toda a doutrina que envolve a trindade, através da qual entendemos que Deus constitui-se de três pessoas distintas, tem sido, ao longo dos anos, alvo de muita controvérsia, não somente entre os céticos, mas, também entre os próprios evangélicos. Há quem se divida, embora a doutrina seja incontestável, entre os que acreditam e os que não acreditam no Deus triuno.
Uma entre as objeções apresentadas refere-se aos princípios estabelecidos e inalterados da matemática por meio dos quais é impossível que a soma de três elementos possam resultar em um (1+1+1 = 1). Sendo assim, de acordo com esse argumento, três pessoas não podem ser ao mesmo tempo uma pessoa. No que diz respeito à lógica humana, com base em princípios científicos, parece haver um conflito entre a doutrina da trindade e as leis naturais; porém, é pela mesma natureza, as leis naturais e mesmo os princípios imutáveis da matemática que é possível obter exemplos de formas de existência constituintes de uma triplicidade de elementos distintos.
De acordo com as escrituras, Deus se revela por meio da natureza de forma que é inescusável ao homem não crer na existência divina; no entanto, a natureza, através de todas as ramificações da ciência, evidencia muito mais a respeito de Deus e Sua tri unidade, do que a mente humana é capaz de perscrutar. Uma vez que Deus se revela por meio da natureza, não é de se admirar que a mesma também possua triplicidade em suas diversas estruturas. Não é por conveniência que faço essa afirmação, mesmo Albert Einstein tinha a percepção da divindade por meio das leis naturais.
“Consideremos a seguir o universo físico que logicamente deve refletir, de modo bem íntimo, O Seu Criador. Todas as coisas conhecidas neste universo podem ser classificadas sob as divisões de espaço, matéria e tempo. Ora, o espaço, pelo menos até onde podemos compreendê-lo, consiste de exatamente três dimensões, cada qual igualmente importante e absolutamente essencial. Não haveria espaço, não haveria realidade, se houvesse apenas duas dimensões. Existem, pois, três dimensões distintas – no entanto, as três compõem juntamente a totalidade do espaço. Mas existe apenas um espaço. Note-se que para a obtenção da capacidade cúbica de qualquer espaço fechado, não se adiciona o comprimento à largura e à altura, mas antes, multiplicam-se as mesmas três dimensões. Analogamente, a matemática da trindade, não 1+1+1=1, mas antes, 1X1X1=1.
Essa analogia ainda se torna mais notável na questão da matéria. A nova ciência física tem reputado a matéria, de modo cada vez mais enfático, como simplesmente tremenda energia em movimento. Dependendo da velocidade e dos tipos de movimento, são apresentados aos nossos sentidos vários fenômenos, como som, cor, calor, contextura, dureza, etc. A energia é fonte invisível que se manifesta em movimento, e assim produz fenômenos. A matéria envolve essas três fases, e nenhuma outra fase pode ser corretamente incluída alem dessas três. Cada uma dessas fases é distinta, e no entanto, envolvem a totalidade da matéria, e nenhuma das três pode existir sem as outras duas. A energia é a primeira em ordem lógica e causal, mas não em ordem de importância ou precedência. O movimento, que corporifica, revela a energia e é gerado por ela, é a segunda fase. Os fenômenos procedem do movimento e compõem os meios pelos quais os próprios movimentos afetam e tocam os homens; assemelham-se ao Espírito Santo, o qual revela o Filho, e, por meio do Filho o Pai aos homens.
Finalmente, a ultima tríade é o tempo, e é uma entidade que consiste de futuro, presente e passado. Cada qual dessas facetas do tempo constitui a totalidade do tempo; no entanto, é distinta e, além disso, uma não existe sem as outras duas. O futuro é a fonte invisível do tempo, e é corporificado e tornado real, momento após momento, pelo presente. O passado, portanto, precede o presente, tornando-se novamente invisível, ainda que continuamente nos influencie, ajudando-nos a interpretar e compreender o presente, e até certo ponto, ajudando-nos a interpretar e compreender o próprio futuro.
Desse modo, cada detalhe do universo físico é notavelmente moldado no mesmo molde em que o Deus Trino nos é exibido na Bíblia. Isso não pode ser mera coincidência. Deve haver uma razão adequada para essas semelhanças tão fundamentais que facilmente passam desapercebidas ou são ignoradas”. A Bíblia e a Ciência Moderna, Henry M. Morris. Pág.25 e 26.
Mesmo o ser humano pode ser visto como um exemplo da Tri Unidade Divina. A própria Bíblia diz a esse respeito, quando nos revela que Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança. A estrutura humana é composta, basicamente por mente, corpo e espírito (segundo as escrituras sagradas, espírito não é uma pessoa transparente dentro de nós a qual possui consciência própria e vive após a nossa morte. Esse espírito é como um código de Deus em nós - constituinte de leis fixas e faculdades – e que nos faz ser quem somos totalmente diferentes uns dos outros e que quando morremos volta para Deus sem qualquer consciência).
Á essa tríplice natureza, nada é acrescentado e nenhuma das partes pode existir sem as outras duas.