“A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo”. Caminho a Cristo pág. 93
A oração não é simplesmente um bate papo de uma conversa banal e sem propósito. Todas as vezes que ela é referida na Bíblia, existe um motivo grandioso por trás, que envolve o reconhecimento do servo quanto à dependência de Seu Criador, receber dEle a transformação do caráter e personalidade a imagem dAquele que nos criou, e muitas vezes ela é citada em situações de estudo e reflexão; pois é impossível que em um diálogo com Deus não sejamos instruídos por Ele. Esse é o diálogo mais elevado que alguém pode ter, o de receber de Deus o conhecimento da Sua vontade para vida do fiel inquiridor da verdade, transformando-o e habilitando-o, tanto para o serviço de Deus em salvar almas quanto para habitar nas mansões celestiais.
Diz Ellen White no livro caminho à Cristo página 93 que, Deus se comunica com os Seus filhos através da Sua palavra, através da natureza, da Sua providência e através do influxo do Seu Santo Espírito; porém, haverá uma enorme falha na comunicação, ou melhor, não haverá comunicação com Deus se não entretermos com Ele momentos íntimos de oração. Assim como em qualquer diálogo, para que a vontade e o conhecimento de Deus possam ser claramente compreendidos por aqueles que professam ter fé nEle, é necessário haver uma conversa recíproca; ou seja, todo diálogo tem que haver reciprocidade, portanto “... é necessário que, aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que o buscam” . Hebreus 11:06.
Outra importância da oração é que, ao nos achegarmos a Deus para contarmos as nossas alegrias e tristezas, não significa, em nenhum momento, que Deus não as conhece, pois Ele sabe muito bem do que necessitamos; quais são os nossos desejos e as nossas vontades. Em nenhum momento a audiência com o Altíssimo é para Lhe fazer conhecida a nossa vida, mas sim para habilitar-nos a recebê-Lo. Jesus disse aos Seus discípulos que tudo quanto pedirem em Seu nome, as comportas do Céu se abririam para que os mesmos pudessem receber as bênçãos de Deus, e no que diz respeito à palavra imutável do nosso Senhor e Salvador Cristo Jesus, essa é uma promessa que se tem cumprido sob a condição de obediência. De fato Deus derrama sobre nós as Suas bênçãos, mas elas sempre vêm superando as nossas expectativas e muitas vezes em substituição ao que pedimos, pois nosso coração inclinado para o pecado não sabe como e o que pedir a Deus. Por meio da orientação divina que nos faz saber a Sua vontade, Ele nos revela que a Sua escolha para nós é o melhor para Ele, superando em mais de 10.000 vezes o que lhe pedimos. A oração nos exercita a ter cada vez mais fé de que Deus fará sempre o melhor. Que Sua escolha para nós, não se limita apenas em nos beneficiar, mas sim, a outros e trazer honra e glória ao nome dEle, e muitas vezes nossos pedidos estão tão carregados do mais puro egoísmo que sequer temos a percepção das benção que Deus nos tem concedido para por elas agradecer em nossas orações. Portanto, é também de suma importância que o exercício da oração nos conduza a esvaziar-nos do nosso próprio eu, a fim de que o propósito de Jeová se conclua em nós; o de nos transformar a imagem santa, abnegada e altruísta Nosso Senhor Jesus Cristo.
Com o propósito de salvar a humanidade, Cristo desceu a terra. Um ser totalmente divino, revestido da totalidade humana. De acordo com a Bíblia, Deus se esvaziou de si mesmo – “Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou ser igual a Deus coisa que devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando semelhante aos homens” – Filipenses 2: 5 e 7; ou seja, se esvaziou de toda a Sua pompa e glória no Céu, deixou o seu cedro de governante por tempo determinado a fim de revestir-se de servo, como os súditos do Seu reino. Sendo Ele a riqueza do Universo se fez pobre e miserável para que os pobres e miseráveis pudessem receber a sua riqueza. Mas para isso, o sacrifício de Cristo não seria o suficiente. O homem teria que escolher receber essa riqueza, e não deveria escolhê-lo sem sacrifício. Teria o ser humano que se aniquilar; como no exemplo de Seu próprio mestre, se esvaziar –“Todo aquele que quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, toma a sua cruz e me siga” – Marcos 8:34. Por meio de situações probantes Deus conduz a alma anelante por alívio, dependente em simplicidade e humildade, rogando a Deus por socorro, e em resposta Jeová derrama sobre o mesmo as torrentes do Céu em generosa abundância. Portanto, é impossível ao que busca a Deus em suas orações com simplicidade e humildade, em reconhecimento das suas próprias fraquezas e dependência de Deus continue sendo o mesmo, pois o poder purificador de Deus, ao colocar o metal precioso no crisol, o transformará no ouro mais puro e valioso, refletindo em si mesmo a imagem do ourives que o poliu – O Senhor Jesus Cristo.
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