“Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo... Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. João 16:33 e Mateus 11:28
“Grande parte das doenças que afligem a humanidade tem sua origem na mente e só pode ser curada restaurando-se a saúde da mente. Existem muito mais pessoas do que imaginamos, que estão doentes mentalmente. A depressão produz muitos dispépticos, pois o problema mental tem uma influência paralisante sobre os órgãos digestivos”. EGW - Testimonies, vol. 3, pág. 184..
Atualmente vivemos em um mundo hostil, marcado pela violência, pela correria do dia a dia, pela falta de tempo, pela insegurança, pelas catástrofes naturais, que estão aumentando de uma forma assustadora a cada ano que passa. Somados a esses males, muitos outros fatores têm comprometido a qualidade de vida humana, tanto no que diz respeito à saúde física quanto à saúde mental. Quando abordam-se assuntos sobre saúde, muitos pensam na medicina fisiológica e pouca ou nenhuma atenção se dá à saúde do aparelho psíquico, e eis aí o princípio de grande parte das doenças. De acordo com o livro Mente Caráter e Personalidade, nove décimos das doenças são originadas na mente.
“Enfermidades mentais prevalecem por toda parte. Nove décimos das doenças das quais os homens sofrem têm aí sua base. Talvez algum vivo problema doméstico esteja, qual cancro roendo até à alma e enfraquecendo as forças vitais... A relação existente entre a mente e o corpo é muito íntima. Quando um é afetado, o outro também o é”. EGW - Mente Caráter e personalidade pág. 59
Uma pesquisa feita nos EUA constatou que, o estresse social pode dar início a um processo de destruição do sistema imunológico, tornando o organismo susceptível às mais variadas doenças, podendo causar a morte. De acordo com essas pesquisas, os cientistas concluíram que, o estresse numa intensidade profunda e duradoura pode estimular as inflamações perigosas. Já na Grã - Bretanha estatísticas mostram que o estresse está levando os funcionários das empresas a faltarem cada vez mais no trabalho, sendo mais intenso entre as pessoas de 35 a 44 anos. Essa intensidade aumenta ainda mais entre funcionários que permanecem no mesmo emprego por muito tempo.
Segundo estatísticas feitas pela Fundação Britânica para o Coração, a qual apresenta um risco de doenças cardíacas, maior para mulheres que levam uma vida sedentária, devido ao estresse no trabalho, a depressão e a falta de alimentação adequada, constatou-se que, o problema se torna ainda mais agravante, quando essas pessoas buscam aliviar a tensão, através do cigarro, bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos, passatempos que estimulam o sedentarismo, tais como programas de televisão e o uso desequilibrado da internet.
O estresse, na realidade, é um mecanismo de defesa do organismo, o qual impulsiona a pessoa a reagir diante de um agente estressor; porém, em uma intensidade mais profunda e numa durabilidade maior, o risco de afetar a saúde não é remota. Uma busca irracional para aliviar essa tensão pode estimular uma série de hábitos compulsivos e repetitivos, tais como o distúrbio alimentar, o uso de drogas e entre outros que, ao invés de trazer uma satisfação sadia, comprometerá a saúde física e resultará no que a psicologia chama de vazio. O vazio ocorre quando a pessoa experimenta uma sensação momentânea de prazer, mas ao passar esse efeito, ela volta a sentir a tensão e conseqüentemente a necessidade de alivio. A insatisfação produzida pela frustração de se obter alívio de tensão sem o sucesso esperado, conduz a pessoa a se sentir depressiva, em um estado cada vez pior quando a sua busca linear, não a satisfaz. É com base nesses distúrbios comportamentais, para lidar com o estresse e a ansiedade, que esse artigo apresenta a única forma sadia e equilibrada de se obter, constantemente prazer que resulte em qualidade de vida.
Princípio Regulador do Aparelho Psíquico:
O Princípio Regulador do Aparelho Psíquico possui uma base neuronal que se utiliza de uma composição de duas leis da física:
O Princípio da Inércia – onde um grupo de neurônios atua de forma a liberar uma quantidade de energia livremente. De modo geral, o princípio da inércia, estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse, sendo responsável pelo aumento dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão arterial, da concentração de açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo.
O Princípio da Constância – é um grupo de neurônios que formam um componente com os do princípio da inércia, constituindo uma barreira de retenção que impede a liberação total de energia. Esse princípio estimula principalmente atividades relaxantes, como a redução do ritmo cardíaco e da pressão arterial, por exemplo.
Dessa forma, ao passo que existe um sistema que atua na liberação de energia livremente e outro sistema que impede a liberação total dessa energia, entende-se que os dois princípios são um composto, cujas ações são paradoxais. Suas funções antagônicas tendem a moderar e equilibrar as atividades um do outro. Sendo assim, na medida em que um libera livremente e o outro retém parte da energia, existe um composto energético no cérebro que não acaba nunca. Isso acontece porque nosso organismo precisa de energia para resolver certas situações internas, como por exemplo, a realização dos instintos, sobrevivência e autopreservação. Precisamos de energia para dormir, beber água, comer e etc; e para haver uma sinalização de que precisamos descansar, nos alimentar, saciar a sede. E para isso é preciso haver um composto energético seguro no cérebro.
Energia retida, tensão constante.
As ações paradoxais do princípio da inércia e do princípio da constância, as quais mostram uma equilibração constante, um milagre constante na estrutura humana, produz, também, uma tensão existencial devido à composição energética retida no cérebro. Nós podemos nos livrar de uma quantidade de energia, agindo, fazendo coisas, como por exemplo quando nos alimentamos, ou quando dormimos, estamos experimentando um caminho fácil de descarga de energia para alívio de tensão. Quando a fustigação da energia retida no cérebro, ganha uma representação por intermédio da fome ou do cansaço e fazemos algo para se obter o alívio dessa tensão, o cérebro registra em uma cadeia de neurônios, o que a ciência biológica chama de marcas mnêmicas, indicando uma experiência de um caminho fácil de alívio de tensão sem pensamento. No entanto, existe por outro lado, uma quantidade de energia que não conseguimos nos livrar dela nunca. Essa retenção energética é a que causa tensão em todo o corpo. Lidar com ela envolve muito mais do que a realização dos instintos envolve também reflexão, o exercício da inteligência que nos move para o aperfeiçoamento das faculdades mentais e espirituais. Quando se obtém experiências relaxantes, analgésicas e prazerosas, com equilíbrio e saúde, os quais indicam uma perfeita harmonia de toda estrutura humana, obtém-se grande satisfação, mas não plenamente, porque a energia que produz tensão precisa continuar existindo, para que possamos constantemente, pensar, refletir e nesse ato crescer continuamente. Dessa forma fica mais claro entender o que Deus disse quando terminou a obra da criação: “Crescei...”. O ser humano possui uma natureza passiva de contínuo desenvolvimento; para esse fim, Deus colocou na estrutura humana, por intermédio do princípio regulador do aparelho psíquico, um elemento chamado FALTA. Como o próprio nome diz, A FALTA é uma necessidade existencial pela obtenção do prazer. Não existisse esse elemento, não haveria desejos para serem satisfeitos. Não haveria porque crescer se isso não trouxesse experiências prazerosas. Sem esse elemento, nós nos tornaríamos semelhante aos animais, movidos apenas pela realização dos instintos.
É preciso entender que, as realizações humanas para lidar com a tensão existencial, produzida pelo princípio da constância, a busca pela satisfação e pelo prazer não envolve, apenas ações, sem pensamento. E é nesse âmbito que o ser humano se perde na maioria das vezes, a de querer lidar com essa tensão, se utilizando apenas de ações sem reflexão, onde se obtém, apenas um prazer momentâneo, produzindo comportamentos repetitivos e compulsivos, como o uso de drogas, o consumo desequilibrado e desregular dos alimentos, entre outros. O princípio da Inércia estimula o organismo a reagir diante de um elemento estressor, a buscar ações imediatas para se obter satisfação, prazer, alívio de tensão, mas se a vida de uma pessoa se resume a isso, sua existência se torna vazia e sem sentido. Torna-se uma vida movida, apenas, pela realização dos instintos. Isso aumenta a intensidade e a durabilidade do Estresse, porque a solução é superficial. Existem pessoas que, não se esforçam para abandonar o vício do cigarro, por que acreditam, que ao estarem nervosas, tensas, estressadas, ansiosas, ele vai trazer uma sensação de analgesia; porém, a pessoa passa por uma experiência momentânea de alívio, um caminho rápido de facilitação de alívio de tensão, sem reflexão. Acontece que, quando o efeito dessa experiência termina, a pessoa volta a sentir-se oprimida, depressiva, sobrecarregada, e em um estado pior que antes de utilizar o cigarro, pois as suas substâncias subtraem parte da energia vital que precisamos para lidar com as situações internas do nosso organismo. A pessoa precisa, sair do princípio da Inércia, do ato sem reflexão, onde se obtém um alívio momentâneo de tensão, para o princípio da constância, onde se obtém uma experiência mais elevada e que envolve a reflexão, a utilização da inteligência, a meditação, não no sentido místico, mas no sentido de buscar entender tudo o que nos envolve como ser humano envolve aprender sobre as leis naturais e morais que nos governam e através do exercício de reestruturação do aparelho psíquico sermos conduzidos a prestar a essas leis conscienciosa obediência, pois disso depende a harmonia da nossa tríplice natureza, mente corpo e alma.
Não existe a possibilidade de falar de sensações de analgesia, calma, paz e prazer sem envolver experiência religiosa no seu sentido mais específico, sem falar em experiência com Deus. Foi pensando nisso que Cristo disse: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus...”. Em outras palavras Cristo está dizendo, o homem não precisa somente de satisfação material, mas do que é mental e espiritual também. Não existe nada que possa ser feito em benefício do corpo, se não começar pela mente. Pois o que adianta o alívio da dor, se não for solucionado o problema, cuja existência é a raiz de todos os males? - Não devemos esquecer, que nove décimos das doenças que a humanidade sofre, são originadas na mente. O oráculo sagrado está cheio de exemplos que podem ser aplicados em nossa vida. Entre eles podemos citar o paralítico de Cafarnaum.
“Muitos dos que iam ter com Cristo em busca de auxílio, haviam trazido sobre si a enfermidade; todavia, Ele não Se recusava a curá-los. E quando a virtude que dEle provinha penetrava nessas pessoas, elas experimentavam a convicção do pecado, e muitos eram curados de sua enfermidade espiritual, bem como da doença física. Entre esses estava o paralítico de Cafarnaum... Esse paralítico perdera toda esperança de restabelecimento. Sua doença era o resultado de uma vida pecaminosa, e seus sofrimentos eram amargurados pelo remorso. Em vão apelara para os fariseus e os doutores em busca de alívio; pronunciaram incurável o seu mal, declararam que havia de morrer sob a ira de Deus. O paralítico imergira no desespero. Ouviu então contar as obras de Jesus. Outros, tão pecadores e desamparados como ele, haviam sido curados, e foi animado a crer que também ele o poderia ser, se fosse levado ao Salvador. Sua esperança quase se desvaneceu ao lembrar-se da causa de seu mal, todavia não podia rejeitar a possibilidade da cura. Seu grande desejo era o alívio do grande fardo do pecado. Ansiava ver a Jesus, e receber a certeza do perdão e a paz com o Céu. Então estaria contente de viver ou morrer, segundo a vontade de Deus. Não havia tempo a perder; sua carne consumida já apresentava indícios de morte. Suplicou aos amigos que o conduzissem em seu leito a Jesus, o que empreenderam satisfeitos. Tão compacta era, porém, a multidão que se aglomerara dentro e em volta da casa em que estava o Salvador, que era impossível ao doente e seus amigos chegarem até Ele, ou mesmo pôr-se-Lhe ao alcance da voz.
Repetidamente procuraram os condutores do paralítico forçar caminho por entre a multidão, mas nulos eram seus esforços. O doente olhava em redor com inexprimível angústia. Como poderia ele abandonar a esperança quando tão perto estava o anelado auxílio? Por sugestão sua, os amigos o suspenderam para o telhado da casa e, abrindo o teto, baixaram-no aos pés de Jesus.
O discurso foi interrompido. O Salvador contemplou a dolorosa fisionomia, e viu os olhos súplices nEle cravados. Bem conhecia Ele o anelo daquela alma oprimida. Fora Cristo quem lhe infundira convicção à consciência quando ele ainda se achava na própria casa. Quando se arrependera de seus pecados, e crera no poder de Jesus para restaurá-lo, a misericórdia do Salvador lhe abençoara o coração. Jesus observava o desenvolver-se no primeiro tênue raio de fé a convicção de que Ele era o único auxílio do pecador, e a vira se fortalecer a cada esforço por chegar à Sua presença. Fora Cristo que atraíra o sofredor a Si. Agora, em palavras que soavam qual música aos ouvidos atentos do enfermo, o Salvador disse: "Filho, tem bom ânimo; perdoados te são os teus pecados”.… “Levanta-te, toma a tua cama e vai para tua casa”.Mat. 9:2-6.
O peso da culpa cai da alma do doente. Não pode duvidar. As palavras de Cristo revelam Seu poder de ler o coração. Quem pode negar Seu poder de perdoar pecados? A esperança toma o lugar do desespero, e a alegria o do opressivo acabrunhamento. Desaparece o sofrimento físico do homem, e todo o seu ser se acha transformado. Sem mais nada pedir, repousa em tranqüilo silêncio, demasiado feliz para falar.
O paralítico encontrou em Cristo tanto a cura da alma como a do corpo. Ele necessitava saúde da alma antes de poder apreciar a do corpo. Antes de poder ser curada a enfermidade física, Cristo precisava dar alívio à mente, e purificar a alma do pecado. Essa lição não deve ser passada por alto. Existem hoje milhares de pessoas a sofrer de doenças físicas, as quais, como o paralítico, estão ansiando a mensagem: "Perdoados te são os teus pecados". Mat. 9:2. O fardo do pecado, com seu desassossego e desejos não satisfeitos, é o fundamento de sua doença. Não podem encontrar alívio enquanto não forem ter com o Médico da alma. A paz que tão-somente Ele pode comunicar restituiria vigor à mente e saúde do corpo”.