Se as pessoas parassem para
pensar nos vários aspectos que envolvessem a sua experiência de vida, veriam no
ato da reflexão muito mais motivos para se alegrar do que para murmurar contra
as dificuldades circunstanciais. É lógico que existem situações que nos colocam
prá baixo e, dependendo do trauma, é quase impossível a superação; mas, preste
atenção na palavra “QUASE”; ela precede a palavra “IMPOSSÍVEL”, portanto, a
superação é sempre um alvo atingível por mais difícil que seja. O problema é se
centralizar no problema; somando, então, problema mais problema qual será o
resultado?
Muitas pessoas, eu diria até que,
a maioria delas, anda como se tivesse um tapa olhos como os que são colocados
nos cavalos, impedindo-as de ver o que está à sua volta. Ao invés de buscar,
mediante o uso da inteligência, formas de superação, acabam se encerrando nos
problemas, colocando uma estaca para delimitar a expansão do próprio ser.
É possível, mesmo com as
experiências ruins, aprender algo de bom. Pelo menos a má experiência pode nos
ensinar como não cometer os mesmos erros. Ninguém precisa errar para aprender;
porém, uma vez que somos seres falhos e erramos com naturalidade, o importante
de tudo é fazer uma conversão do caminho que até então estava sendo trilhado
para outro melhor. Lembre-se dos ditados: “errar é humano, mas, persistir no
erro é burrice”. “E quando a cabeça não pensa o corpo padece”. Existe uma
grande diferença entre ser inteligente e ser sábio. Mas esses conceitos, quando
unidos, podem ajudar-nos a alcançar o sucesso nas nossas aquisições. A
inteligência é a capacidade que temos de assimilar e processar informação que
resultarão em conhecimento; ao passo que, a sabedoria é a capacidade que temos
de colocar em prática aquilo que aprendemos. Portanto, não basta ser
inteligente; é preciso, saber viver.
Tenho ouvido pessoas dizerem que
é melhor se arrepender das ações que deixamos de fazer do que as que as que
fizemos. Será? – E quando pergunto – Quais são as que você deixou de fazer? –
Nossa! Tenho até vontade de tapar os ouvidos. Que bom que você não fez! Essas
são as palavras imediatas da minha consciência. Se tivermos que nos arrepender
por algo que não foi feito, que seja pelos atos de bondade negligenciados ao
próximo, por não ter confortado o coração dos aflitos, por não saciar a fome
dos famintos e a sede dos sedentos, por não ter visitado os que estão isolados
da sociedade por motivos de doença, por não ter levado uma mensagem de
advertência, arrependimento, paz e esperança aos que negligenciam as leis de
Deus e, principalmente, por não ter utilizado a nossa influência para motivar
outras pessoas na pratica da caridade.
Quanto ao que fizemos, se os atos
forem bons, de fato, não há o que se arrepender? – mas se pelo contrário,
nossas atitudes prejudicaram não somente a nossa integridade física e moral,
mas a de outros também, terrível é o fim de quem não se arrepende e não se
converte para a prática de boas obras.
É relativo demais ensinar o
arrependimento a partir dos atos que não fizemos, tanto quanto é relativo
ensinar que não devemos nos arrepender de algo que foi feito. Imagine que você
está super atrasado para uma reunião de trabalho e, ao andar pelas ruas da
cidade, dificilmente você consegue pegar um farol aberto. Imagine então que por
causa desses faróis você chegue mais atrasado do que o previsto. Então você
começa a se sentir arrependido por não ter passado por alguns daqueles faróis sem
esperar abrir o sinal verde para evitar o atraso. Agora pense nas possíveis
conseqüências de transgredir as leis de transito, tais como: multas por passar
em farol vermelho, pontos na carteira de motorista, atropelamento de pedestre
e/ou batida de carro... o mínimo é você pagar pela transgressão mediante multa
sem ocasionar a morte de alguém, o máximo é você ir preso por homicídio culposo.
Em todas as circunstâncias percebemos que não há motivos para se arrepender de
não ter transgredido uma entre as leis de transito. Talvez, você pode perguntar;
mas se ao invés de se arrepender por não passar pelos faróis fechados, porque
não se arrepender de não ter acordado mais cedo? – Está vendo? – Esse exemplo
básico é uma representação de todas as circunstâncias da vida. Tudo tem que ser
devidamente analisado da causa para o efeito, tanto o que foi feito quanto o que
deixamos de fazer. Existem práticas as quais jamais deveriam existir uma vez
que violam os preceitos, as leis e os estatutos que protegem a vida como um
todo. Além de evitá-las, não devemos nos arrepender porque poderíamos tirar
alguma vantagem delas, principalmente, se com isso, afetarmos de forma negativa
a vida de outros.
Aprender a tirar algo de bom de
momentos ruins, não quer dizer continuar na pratica do que é errado, ou aderir
aos hábitos prejudiciais os quais antes não nos pertenciam, só porque parece
ser interessante em determinadas situações. O aprendizado com as experiências
negativas envolvem desarraigar do nosso caráter falhas, inclinações, vícios e
todos os hábitos nocivos. A vida é uma dinâmica interessante e devemos
corresponder aos processos dessa dinâmica sendo pessoas melhores do que fomos
no passado, e piores no presente do que como seremos no futuro; porém, se pouco
ou nada fazemos para a reconstrução do nosso ser, ao invés de nos
desenvolvermos dia após dia, seremos cada vez piores e as conseqüências dos
nossos atos revelarão quem de fato somos.
“Portanto, transformai-vos pela
renovação da vossa mente para que experimenteis qual seja a boa e perfeita
vontade de Deus”
Meu pensamento é contrário ao
ditado que diz existir solução para tudo menos para a morte. Pois segundo as
escrituras sagradas até para morte há solução, e a mesma é proporcionada
mediante o sacrifício de Cristo; porém, para o tempo que se perdeu não existe
solução. Esse, além de ser irrecuperável, é incalculável. Não somos capazes de
mensurar quais seriam os resultados de nossas boas ações se tivéssemos
aproveitado todo o tempo que nos foi disposto. Por esse motivo é que devemos
não somente nos arrepender, mas chorar com o coração contrito e buscar o perdão
de Deus.
“Tanto o mau que fazemos quanto o
bem que negligenciamos, reflete do ofendido e negligenciado, para Deus...em
ambos os casos as conseqüências são incalculáveis”.