" A humanidade é um conjunto de componentes que formam um sistema de complexidade irredutível" Julian Jhon's |
Uma das maiores vantagens do ser humano é poder estruturar um pensamento com base numa grande rede de elementos que se interligam por pontos de conexão. Essa rede é conhecida como Universo. Ao estudar as análises científicas de Michael Behe sobre a complexidade irredutível das máquinas moleculares, percebi que esse conceito pode ser aplicado a toda forma de existência; ou seja, podemos considerar todos os componentes do universo, como partes integradas de um sistema de complexidade irredutível. Isso porque, ao estudarmos a ciência podemos perceber uma conectividade em seus diversos ramos. Não existe a possibilidade de estudar química sem a contribuição da física e não podemos estudar a medicina sem a contribuição da biologia e todos os outros ramos da ciência, assim como essas quatro – química, física, medicina e biologia - nos revelam um sistema universal composto por componentes integrados. Interessante é que, essas obras apontam para um designer, um construtor, um arquiteto, que não somente criou todas as coisas; mas, deu a humanidade o privilégio de identificar essa associação, essa dependência entre as diversas formas de existência. Esse é o fundamento da reflexão, o qual mostra que fomos criados a semelhança de Deus. A criação é a manifestação de um pensamento divino, e o fato de que podemos entender esse universo, ainda que, de uma forma relativa, mostra que fomos criados para pensar a semelhança do Criador.
Temos um vasto universo para explorarmos e em cada componente desse universo, existe uma quantidade abarcante de infinitas informações. O ser humano vai passar a eternidade estudando e explorando essa imensidão e nunca vai alcançar o absolutismo do saber. O que há de mais extraordinário nas poucas, porém significativas descobertas que foram feitas até hoje é que em todos os componentes nesse e, acredito, em todos os outros universos ainda não explorados, existe uma conexão entre os mesmos, revelando uma integração e dependência uns dos outros.
Ao entrarmos em contato com o livro da natureza podemos ver claramente as evidências de um Deus criador e mantenedor de todas as coisas. Ele mesmo as criou para estarem intimamente ligadas entre si, nisso percebemos que não existe nenhuma contradição no que Deus faz, pois toda estrutura universal se confirma entre um elemento e outro por estarem interligados.
Certa vez passou em um documentário ecológico da TV cultura uma reportagem sobre uma espécie de tartaruga que estava correndo risco de entrar em extinção. Surpreendente foi a declaração de uma bióloga a qual relatou que se esse animal deixasse de existir, todo um equilíbrio ecológico seria comprometido e que a vida de outros seres seriam prejudicadas inclusive a dos seres humanos. Isso porque, ela é um entre os muitos componentes integrados que formam um grande sistema. E embora seja tão pequena, na proporção desse sistema, ainda assim, é de grande importância, visto que, outras formas de vida, depende da sua existência.
Podemos, também, fazer a seguinte observação; a própria humanidade faz parte dessa conexão, podendo ser vista como um sistema de complexidade irredutível. E é por causa do egocentrismo, de toda forma de egoísmo e indiferença que podemos entender, com base na síntese desse artigo, a causa da desarmonia existente em apenas um ponto dessa rede conectada – o nosso mundo. As diversas formas de relacionamento é um fato irrevogável de que fazemos parte desse sistema universal integrado. Fomos todos feitos para estarmos conectados uns aos outros. Essa é a base de compreensão da inquebrantável LEI DA DEPENDENCIA MÚTUA, a qual se fundamenta no conceito de que cada elemento no universo depende da existência de outros elementos. Acontece que, embora o homem não consegue acabar com esse ciclo estabelecido pela Lei Da Dependência Mútua, ele entra, no entanto, em conflito com esse princípio trazendo sobre si e o ambiente em que vive uma verdadeira desordem, e isso por meio da alienação e da busca pelos seus interesses egoístas, passando por cima de tudo e de todos.
Fossem as pessoas ao jardim de sua casa verificar a constante operosidade entre os seres que o compõe então ficariam admiradas diante do princípio que é a Lei da vida para o universo. Toda obra divina está em uma constante atividade; não em benefício de si apenas, mas uns dos outros. Ao entender esse princípio, as pessoas saberiam qual deve ser a sua posição na sociedade. Uma vez que o homem não foi criado para viver em isolamento, de forma que estamos em conexão por meio do relacionamento, dependemos das boas ações uns dos outros. Jamais essa Lei será quebrada, apenas pode o homem, entrar em conflito com a mesma por meio da alienação. Quem dera todos pudessem aprender com a humilde e “insignificante” minhoca! Quem poderia dizer que ela é tão importante para o equilíbrio da natureza, e como a própria humanidade depende dos seus serviços.
Sua atividade incessante faz com que o solo fique poroso permitindo que a chuva penetre levando para dentro da terra nutrientes para enriquecer o solo. Não somente isso, mas sua própria pele viscosa serve para esterilizar a terra e seu excremento serve de adubo para fertiliza-la. Ela recebe da natureza, mas recebe para dar. O próprio Deus é o centro desse circuito de beneficência contínua em toda criação. Dele flui vida, através do Filho, para toda criatura. Algo dessa magnitude, chega a ser inconcebível por mentes finitas é, no entanto, pelo Dom de Deus que podemos entender todas essas maravilhas. E é pelo mesmo Dom que podemos nos colocar em harmonia com esse princípio. Esse Dom é o Nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de quem, são mantidas todas as coisas nesse sistema universal de complexidade irredutível.
LEI DA DEPENDENCIA MÚTUA
"Ora, o pecado manchou a perfeita obra de Deus, todavia permanecem os traços de Sua mão. Mesmo agora todas as coisas criadas declaram a glória de Sua excelência. Não há nada, a não ser o coração egoísta do homem, que viva para si. Nenhum pássaro que fende os ares, nenhum animal que se move sobre a terra, deixa de servir a qualquer outra vida. Folha alguma da floresta, nem humilde haste de erva é sem utilidade. Toda árvore, arbusto e folha exalam aquele elemento de vida sem o qual nenhum homem ou animal poderia existir; e animal e homem servem, por sua vez, à vida da folha, do arbusto e da árvore".
“As flores exalam sua fragrância e desdobram sua beleza em bênção ao mundo. O Sol derrama sua luz para alegrar a mil mundos. O próprio oceano, a origem de todas as nossas fontes, recebe as correntes de toda a terra, mas recebe para dar. Os vapores que lhe ascendem ao seio caem em chuveiros para regar a terra a fim de que ela produza e floresça".
"Volvendo-nos, porém, de todas as representações secundárias, contemplamos Deus em Cristo. Olhando para Jesus, vemos que a glória de nosso Deus é dar. "Nada faço por Mim mesmo" (João 8:28), disse Cristo; "o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo Pai." João 6:57 "Eu não busco a Minha glória" (João 8:50), mas "a dAquele que Me enviou" João 7:18. Manifesta-se nestas palavras o grande princípio que é a lei da vida para o Universo. Todas as coisas Cristo recebeu de Deus, mas recebeu-as para dar. Assim nas cortes celestes, em Seu ministério por todos os seres criados: através do amado Filho, flui para todos a vida do Pai; por meio do Filho ela volve em louvor e jubiloso serviço, uma onda de amor, à grande Fonte de tudo. E assim, através de Cristo, completa-se o circuito da beneficência, representando o caráter do grande Doador, a lei da vida." Ellen White - O Desejado de Todas as Nações pag. 20 e 21.
Ninguém pode dizer: “Sou Independente”. Todos temos nossas particularidades, mas não é verdade que somos totalmente independentes. Dependemos sim, de Deus e uns dos outros. E o homem por mais sagaz que seja não consegue mudar essa realidade, tanto individual quanto coletivamente. É verdadeiramente uma Lei pétrea, irrevogável, portanto, sua existência é inevitável. Sendo assim, como estamos interligados, por esse grande ciclo, fica fácil entendermos o efeito dominó da influência, visto que estamos todos ligados por pontos de conexão, como uma grande extensão humana.