terça-feira, 12 de outubro de 2010

Design Inteligente.


http://www.youtube.com/watch?v=N32KcwYEhZc


Em 1993, na cidade de Pejaro Nunes, Califórnia, o Professor Philip Johnson reuniu um grupo de cientistas e filósofos com a finalidade de analisar e questionar uma idéia que tem dominado a ciência a cento e cinqüenta anos. Ambos possuíam questionamentos significativos em relação a teoria de Darwin, quanto a origem da vida e a evolução das espécies. Cada um, em sua área, trouxe contribuições que, minuciosamente estudadas, os conduziram a uma nova forma de enxergar a origem de todas as coisas. Essas análises científicas resultaram na inauguração de um novo termo aplicado ao criacionismo conhecido como Design Inteligente. No entanto, a idéia do criacionismo une as evidências da criação ao conceito teológico, no qual, apresenta a existência de um Ser supremo, não somente superior, mas absoluto, poderoso e bondoso. Esses atributos não são aplicados ao contexto analítico dos que são adeptos do design inteligente.

Tenho realizado, constantemente, pesquisas com base em documentários, livros e artigos que contenham as informações que permeiam a teoria do design inteligente. Percebi então que, conquanto os cientistas, tem se direcionado para a existência de um Deus criador e mantenedor de todas as coisas, ainda assim, não descartaram a evolução das espécies, tendo sustentado a idéia de que Deus projetou a criação e ela vem passando por evoluções direcionadas pelo Seu poder. Em um dos debates sobre a viabilidade do Design Inteligente, onde participaram o filósofo William Lane Craig e o biólogo evolucionista Prof. Francisco Ayala, percebemos claramente essa linha de pensamento. O problema, o qual enfatizo nesse artigo, baseia-se no argumento de Craig, ao defender a teoria do Design Inteligente em resposta a objeção de Ayala. De acordo com o questionamento feito pelo biólogo, não existe a possibilidade de um Deus infalível e amoroso ter criado organismos que exibem certas falhas de projeto e comportamentos cruéis.

É a mesma objeção dada por ateus em relação ao estado moral das pessoas - Pode ter Deus criado pessoas ruins uma vez que Ele é infalível e bondoso? Em seu discurso, Craig declarou não ser relevante a resposta de um teólogo cristão a essa objeção, pois o debate sustentava a idéia de que a ciência biológica era suficiente para responder em favor do Design Inteligente. Não tenho dúvidas de que as evidências falam por si próprias, pois tudo o que Deus criou manifesta o Seu poder e amor; porém, Craig, na sua defesa do projeto inteligente, entrou em controvérsia com dois dos atributos pertencentes a Deus – a onisciência e a infalibilidade divina, quando comparou os objetos de estudo científicos com as invenções humanas contendo seus diversos erros de projeto, mas que foram otimizadas, após serem detectados e eliminados os defeitos. E nesse argumento sustentou a idéia de um processo evolutivo direcionado por um ser inteligente.

Percebe-se então que, por não encontrarem ainda, respostas plausíveis na ciência, para responder a essa importante objeção, os estudiosos do design inteligente, sustentam a teoria da existência de um ser com inteligência superior, mas não necessariamente absoluto e bondoso. O fato é que, percebe-se que a arquitetura dos elementos que compõe o universo não é obra casual; mas, questões sobre a evolução precisam ser claramente respondidas e, penso cada vez mais como essas repostas podem aparecer. Uma dessas respostas que, penso ser relevante, pois é um argumento objetivo com base na ciência e está mais diretamente relacionada com a física do que com a biologia, é a segunda lei da termodinâmica – a entropia crescente - através da qual entendemos que toda energia quer seja material ou sem matéria, conquanto mantenha o total da sua quantidade inalterada, passa por um processo de abstração matemática, uma espécie de deterioração, uma perda da disponibilidade da energia, o que possivelmente produziu os desgastes existentes nos organismos ao longo do tempo. Logo, as supostas falhas nos organismos, apresentadas pelo Professor Ayala, e citadas por Craig como sendo erros de construção, na realidade, é um desgaste natural submetido pela entropia crescente, e não, exatamente, defeitos de projeto. A lei da entropia crescente demonstra que ao invés de existir um processo de evolução, o que ocorre na realidade, é um processo involutivo. Através da segunda lei da termodinâmica, entendemos que, nada no universo, a não ser Deus, é eterno em si mesmo, pois eternidade é um atributo exclusivamente divino. Para que possa haver manutenção de todas as coisas, sabendo que todas as coisas são uma manifestação de energia, cada obra criada precisa estar conectada a uma fonte energética, e isso é fato cientificamente comprovado. Agora, precisa a ciência descobrir que fonte é essa. Para a teologia essa fonte é Deus.

É lamentável que por conseqüência do péssimo emprego da igreja na idade média, o qual resultou em um período de trevas intelectual, tenha também ocasionado o divorcio entre a religião e a ciência. No entanto, a ciência dá os primeiros passos nessa reconciliação.

Ao entendermos que, existe uma fonte que realiza a manutenção de toda forma de energia universal, fica evidente a resposta teológica quanto a conseqüência do pecado, ser a protagonista dos males percebidos no ambiente em que vivemos; pois, como diz as escrituras, o pecado fez separação entre Deus e o homem, e uma vez que a humanidade está separada da Fonte que realiza a manutenção de todas as coisas no universo, sob a ação da entropia crescente, o que percebemos é um processo de involução. 







A teoria do DI é viável, até o momento em que são apresentadas as evidências nas estruturas dos diversos sistemas complexos, os quais apontam para um Designer. Quanto aos argumentos feitos sobre a natureza e atributos divinos, desconsidero totalmente. Enquanto os cientistas descartarem a contribuição teológica para o entendimento mais amplo da ciência, a mesma continuará manca. No entanto, me alegro pelas evidências, pois elas mostram os passos que a ciência está dando rumo a reconciliação com a religião.

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